domingo, 15 de março de 2009

Quadro "Dicotomia" personalizado em poesia

DICOTOMIA


O sol se vai mais uma vez ao ouvir as trombetas do norte.
As sombras acordam do torpor e nos convidam a brindar.
Há uma fome não satisfeita que vem dos domínios da noite.
E as bocas salivam com as migalhas que encontram ao luar.
Não poderão se esconder do apetite insaciável dos coiotes.

Há uma criança com nictofobia que, apavorada, segura uma mão.
Pedindo pra não deixá-la só, com as visões que nascem da penumbra.
Neste instante uma escolha nasce rasgando ao meio o ser da ação.
A dicotomia entre: a ampulheta da boemia que inflama os sentidos,
Ou o acalento da prole que costura na alma, os valores mais distintos.

A dicotomia traz espasmos musculares e vinho tinto é derramado.
Enquanto os ventos pasmam diante do ballet apolíneo da fumaça.
Para não ver as visões da parede a criança deixa os olhos apertados.
Ela vestiu a noite em forma de pijama pra não ficar jogada às traças.
Pensou que poderia seduzi-la tanto quanto a noite e suas graças.

Estamos diante de um dos maiores e mais correntes dilemas.
Escolher entre o construir e o se omitir pelos estímulos pueris.
Entre uma obra-prima e um passatempo de memória estéril.
Análogo a essa criança é o tempo que agarra minha mão e diz:
Não me deixe no escuro, pois não voltarei pra saber o motivo!

Thiago Rodrigues de Souza
Poema que personifíca o quadro verbalmente
QUADRO "DICOTOMIA" NA ÍNTEGRA
Thiago Rodrigues de Souza


DETALHES APROXIMADOS DO QUADRO








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