CANTO A ULISSES
Numa terra de lendas e mitos antigos, sereias que cantam,
cantam pra mim.
O mar é bravio e o rum por um fio, estórias de monstros me
fazem dormir.
Os deuses brindaram e os ventos sobraram, aedos e bardos cantam pro mar.
Voltando de Tróia, nadando na glória, Ulisses de Ítaca,
tenta voltar.
Refrão:
Ouço a lira de tempos distantes, canto aos errantes que o mito é meu
lar.
Trago comigo histórias de glória, canto a vitória de Ulisses no
mar.
Perdeu-se do norte, com 12 navios, tormentas e frio não vão
esquecer.
Quimeras e sonhos, visitantes medonhos, comedores de lótus
vão conhecer.
O esperto Ulisses encontra o ciclope, diga o seu nome: “meu
nome é ninguém”.
Com uma estaca no olho, clamando socorro, o monstro que
urra: “ninguém me cegou.”
XXXXXXXX
Um deus se declara inimigo de Ulisses, das profundezas, vai
levantar.
A ira dos mares, a fúria dos ares, Poseidon quer se vingar.
O saco dos ventos, relíquia dos tempos, enfim levará o herói
ao seu lar.
Tolos marujos, cansados e sujos, libertam os ventos, ninguém
vai voltar.
Refrão:
Ouço a lira de tempos distantes, canto aos errantes que o mito é meu
lar.
Trago comigo histórias de glória, canto a vitória de Ulisses no
mar.
Um porto tranquilo convida os navios, bestas gigantes
espreitam por lá.
Os canibais, demônios mortais, acabam com a frota de Ulisses
no mar.
Com um só navio, em domínio sombrio, conhecem a deusa da
sedução.
Deu-lhes um banquete com orgia e deleite; porcos viraram com
a maldição.
XXXXXXXX
Hermes alertou o herói sobre a deusa, deu-lhe uma erva e a
maldição dispersou.
A deusa declina ao poder de Ulisses, liberta os marujos de
volta ao dispor.
O herói deve ir com paixão e vigor, aos domínios de Hades, o
profeta encontrar.
Com dois sacrifícios encontra Tirésias, desvenda segredos
que vão lhe salvar.
Ouço a lira de tempos
distantes, canto aos errantes que o mito é meu lar.
Trago comigo
histórias de glória, canto a vitória de Ulisses no mar.
O navio costeia águas que cantam; o valente guerreiro
precisa ouvir.
Amarrado ao mastro contempla as sereias e ouvi o canto em
frenesi.
O navio avança para mais um dilema, a jornada no mar deve
acabar.
Passam por Cila o Monstro marinho e um redemoinho que vai
arruinar.
XXXXXXXX
Alguns sobrevivem na sombra do herói, chegam à ilha sagrada
do sol.
Marujos incautos, reles insensatos, abatem o gado sagrado
sem dó.
Pelo sacrilégio o naufrágio é o remédio, os marujos se
afogam sem exceção.
O herói quase morto, vagando sem porto, na ilha de Calipso
há redenção.
Ouço a lira de tempos
distantes, canto aos errantes que o mito é meu lar.
Trago comigo
histórias de glória, canto a vitória de Ulisses no mar.
Sete anos de Glória, como um deus na vitória, amante da bela
ninfa do mar.
O herói da astúcia e das provações não quer ser um imortal
perdido no ar.
Distante da amada, do filho e da pátria, ele clama por Ítaca
sob o luar.
Zeus intervém e liberta o herói que acha o norte de volta ao
seu lar.
Comamos e bebamos...
Hey!
Comamos e bebamos...
hey!
Comamos e bebamos...
hey!
Comamos e bebamos, no
calor do vinho.
Amamos e gozamos...
Hey!
Amamos e gozamos...
Hey!
Amamos e gozamos...
Hey!
Amamos e gozamos, no
rubor do vinho.